quarta-feira, junho 4

Há Dias Assim...


Há um par de anos, quando residia na capital, durante uma noite de Inverno em fazia a arrumação e organização, por certo anual, da minha papelada, deparei-me com um cenário dantesco mas infelizmenta já vivido anteriormente...o meu B.I. caducava dentro de uma semana! Influenciado por relatos tenebrosos das repartições públicas na grande cidade, optei por ir à loja do cidadão.
Preparei-me mentalmente durante toda a noite e no dia seguinte, qual agente secreto preparando a sua missão, estudei o melhor sítio para estacionar sem pagar parquímetro pois a demora antevia-se longa.
Pela mesma razão, coloquei pilhas novas no MP3, comprei 3 jornais do dia, carreguei a bateria do telemóvel e vesti roupa confortável...estava preparado para umas horas de espera.
Ah, também verifiquei várias vezes se tinha tudo o que era necessário à renovação do B.I. pois o clássico é faltar sempre alguma coisa e ter de voltar no dia seguinte...
Entrei na loja do cidadão mais frequentada da cidade mais populosa do país, preparado...mas à espera do pior.
Curiosamente, não haviam filas de grande dimensão, o ambiente era calmo e organizado, sem fumo, algazarra ou empurrões...fiquei atordoado!
Ainda em choque fui andando pelos corredores à procura do local para renovação do B.I., e lá estava ele, bem indicado e sem confusões.
Retirei a senha e pasme-se...só faltavam 10 números para o meu!
Em menos de 20 minutos tinha a minha situação resolvida, sem problemas, implicâncias, burocracias ou entraves. Bem atendido, de forma profissional, prática e objectiva.
Ainda aproveitei e passei pelo balcão da TV cabo para regularizar a situação.
Daí a 2 dias, conforme me tinham dito, passei novamente por lá apenas para levantar o novo B.I., sem ter de tirar senha ou sequer esperar...um luxo.
No final do passado mês de Fevereiro, resolvi ser um cidadão exemplar e antes que fosse obrigado, decidi solicitar o cartão do cidadão aqui nos Açores.
Pelos vistos não é que ele me sirva de alguma coisa, pois fora do Arquipélago ainda ninguém o leva a sério e nem sequer sabem o que é, e cá dentro ainda nunca vi terminais de leitura ou de registo de qualquer informação no cartão. Portanto é um daqueles caprichos de escuteiro que gosta de usar muitas insígnias emboram não sirvam para nada.
Bom, mas lá fui. Dirigi-me a uma das tão anunciadas lojas RIAC.
Situada na zona central da cidade, em edifício história com uma àrea apreciável e uma renda exorbitante, concerteza. Entrei...tinha bom aspecto, limpinha, com uma funcionária bonitinha, a fazer paciências num computador de última geração, e sem ninguém para atender!
O atendimento foi bom mas começaram os problemas informáticos com informação em falta, outra errada e ainda outra que o sistema não aceitava. Pensei que podia até ser preso, pois segundo o computador e a informação da base de dados eu estava completamente ilegal...inclusivamente a máquina não aceitava que o nome da minha mãe, fosse o que ela sempre teve e que consta do B.I. dela e do meu!!!
Após mil justificações técnicas por parte da funcionária, lá se prosseguiu com a aparente garantia da funcionária que era mesmo assim e que essa informação não tinha relevância.
Dado que a propaganda sobre as lojas RIAC fala de rapidez e facilidade de tratar de vários documentos, todos no mesmo local, resolvi solicitar também a actualização de morada e formato da minha velhíssima e imunda carta de condução, assim como proceder aos mesmos procedimentos quanto ao passaporte.
Novo problema...por inadequação do sistema informático, fui aconselhado a fazer as respectivas alterações apenas depois de receber o Cartão de Cidadão! Bem lá teria que ser.
A semana passada, 3 MESES depois de o ter solicitado, finalmente recebi uma carta para ir buscar o meu cartão do cidadão...com o nome da minha mãe errado!!!
E quanto à carta de condução e passaporte, só agora, 3 meses depois, vou iniciar o processo de actualização!
Se os tivésse alterado numa loja do cidadão, aquando de uma das passagens pela capital, já estaria servido...
Há dias assim...

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