quarta-feira, outubro 14

Casa de manuel de Arriaga II (Setembro 2005)


Texto da intervenção do presidente do Governo Regional, Carlos César, na sessão comemorativa do 1.º aniversário da concessão de honras de Panteão Nacional a Manuel de Arriaga.

“Assim acontece hoje, ao comemorarmos o 1.º aniversário da trasladação dos restos mortais de Manuel de Arriaga para o Panteão Nacional. Tratou-se, sem dúvida, de uma justíssima distinção tributada a esse ilustre filho dos Açores. Mas foi um acontecimento que se inseriu – e que ainda se insere – num movimento mais vasto que é, precisamente, o da sua reabilitação histórica. Daí que seja com muita honra, que participo nesta sessão, onde a minha presença assume uma tripla qualidade...
...ora é esta matriz republicana e um renovado sentido de homenagem que irão originar a instalação da Casa Manuel de Arriaga na cidade da Horta, decorrendo, neste momento, conversações com a nossa Diocese, em fase já adiantada de entendimento, que viabilizarão este projecto da Presidência do Governo, através da Direcção Regional da Cultura.
A Casa Manuel de Arriaga irá, pois, abrir um diálogo interactivo e dinâmico, através de discursos de tipologia diferenciada – icónico, áudio, vídeo – abrindo-se a públicos de diferentes níveis etários e de diversificada maturidade científica, com consistência histórica, exigências estéticas e pedagogias aliciantes, que configurem como um elemento dinâmico da vida social e cultural faialense.
A Casa Manuel de Arriaga será orientada por uma fidelidade à figura e à vida do seu patrono. Não se pretende, porém, constituir uma casa-museu: trata-se, sim, de recuperar para uma reflexão sobre o ideário republicano um espaço povoado pela memória do primeiro presidente da República Portuguesa, procurando uma percepção e uma atitude entre as relações da política com o social.
A Casa Manuel de Arriaga quer ser um ponto de encontro com figuras, factos, obras e problemas da res publica; por isso, não haverá uma instalação permanente na Casa Manuel de Arriaga, cuja arquitectura interior poderá mudar e reconverter-se em cada iniciativa, rasgando os horizontes do futuro e relevando a importância e a actualidade dos Açores na vida política e cultural de Portugal, destroçando a finitude das ilhas e afirmando uma identidade cultural – que estimula a nossa autonomia e que continua a inscrever o arrojo de exprimir e de comunicar um sentido à República.”

Sem comentários: