quarta-feira, janeiro 21

MUITO BEM DITO...



"...o histórico do caso da construção do novo Hospital de Angra do Heroísmo já é longo e não pode ser apagado - mesmo que seja essa a vontade de alguns - pelas expectativas criadas e porque não basta prometer e fazer, 10 anos depois, para que fique tudo bem. É conveniente, de vez em quando e resumidamente, relembrar tal percurso:
Julho de 1998: É identificado, em relatório, a precariedade, exiguidade e inadequação de alguns sectores do actual Hospital;
Setembro de 1998: PSD reivindica a construção de um novo Hospital na Ilha;
Agosto de 2000: é publicada uma Resolução do Conselho de Governo, que determina: “considerando que o Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo atingiu agora um estado de ameaça de ruptura, por falta de instalações adequadas ao eficaz funcionamento dos diversos serviços nos edifícios actualmente existentes”, e decide “iniciar o processo que levará à construção de um novo Hospital em Angra do Heroísmo”;
Agosto de 2001: é criado um Grupo de trabalho para iniciar o processo;
Abril de 2003: Presidente do Governo afirmou “estamos a preparar o concurso para a concepção e construção do novo Hospital de Angra do Heroísmo”;
Setembro de 2003: publicada nova Resolução do Conselho de Governo, através da qual se extingue o grupo de trabalho, criando-se nova comissão à qual competiria propor “no prazo de 60 dias, a localização definitiva do novo hospital” e “no prazo de 180 dias, as etapas e iniciativas necessárias à concretização da construção do novo hospital e a dimensão e a tipologia do equipamento a construir”. Mas já não estava a ser preparado tudo isto em Abril?!
Maio de 2005: é anunciado por Domingos Cunha que “ a construção do novo hospital vai arrancar na legislatura iniciada em 2004”;
Agosto de 2005: é anunciada a localização do Hospital. Os 60 dias transformaram-se em dois anos!!
Fevereiro de 2007: o Presidente do Governo apresenta, novamente, a calendarização: “(…) abertura de propostas prevista para 16 e 17 de Maio de 2007, avaliação e escolha do concorrente para negociações até Setembro, e, em 2008, o processo de negociação até Abril, a adjudicação e o início da obra no segundo semestre e a abertura do Hospital para o 4º trimestre de 2010.”
Julho de 2008: Domingos Cunha afirma: “As obras do novo Hospital de Angra do Heroísmo vão arrancar no final deste ano.”
Setembro de 2008: Sérgio Ávila garantiu que: “O processo (…) estará concluído em Dezembro, mês em que (…) se procederá à adjudicação da Obra (…)” e salientou que “(…)o Banco Europeu de Investimentos decidiu (…) considerar este investimento elegível nas propostas de financiamento apoiadas por aquela instituição.” Facto que enalteceu ao ”assegura(r) aos concorrentes o acesso a condições de financiamento vantajosas (…) e confirmar o rigor, qualidade e a sustentabilidade do processo de construção”.
Outubro de 2008: é anunciado o adiamento da entrega de propostas, embora o Governo Regional tenha garantido o prazo de início da construção. Não era para iniciar a obra no segundo semestre de 2008? Então, como garantem os prazos?!
Estamos em Janeiro e ainda nada de adjudicação. Segundo o Secretário, deve-se à crise. Os problemas encontrados pelas empresas, nas negociações com entidades bancárias, são muitos. Mas Sérgio Ávila não afirmou, em Setembro de 2008, maravilhas a este nível, aquando da visita do Banco Europeu de Investimento à Região?!
Mais palavras para quê?!"

Carla Bretão - A União - 19/01/2009

Só um recordatório pessoal: o custo das Portas do Mar foi sensívelmente igual ao do futuro Hospital de Angra (45 milhões de euros) e todo o processo teve início anos depois do que o do referido hospital...agora que estamos em 2009, as Portas do Mar estão de pé (às moscas) e o hospital ainda nem começou a ser construído!!!
Ou seja, uma obra que beneficiaria milhares de utentes de várias ilhas, numa área essencial como a saúde, leva mais tempo a efectivar do que uma obra que beneficia o lazer de alguns, mesmo que à sombra de pseudo verbas que viriam de pseudo turistas em passagens inferiores a 24 horas, em pseudo cruzeiros...
Moral da história: salvo outras causas obscuras que nem consigo imaginar(?), as prioridades do nosso governo são no mínimo ridículas.

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