domingo, janeiro 18

DEFICIENTES



Não sei se já repararam que nos lugares de parqueamento automóvel, reservados a deficientes, estão invariávelmente veículos de alta cilindrada e topos de gama.
Até há uns anos atrás, dediquei-me a desenvolver um estudo sobre este fenómeno, que sistematicamente me irritava quando me dirigia aos centros comerciais.
A conclusão natural era de que no nosso país as deficiências só atingem a classe média/ alta, ou então mais credível, que devido ao viés de só os deficientes com posses económicas, frequentarem os centros comerciais, esse facto reflectisse o parque automóvel visionado nos lugares reservados.
Esta segunda hipótese pareceu-me bem e não recusava a existência de uma franca percentagem de deficientes que, por razões financeiras não frequentasse os centros comerciais, justificando assim a baixa incidência de Fiat Panda, Renault Twingo ou Ford Fiesta, nos lugares reservados.
Porém, recentemente alarguei e melhorei o estudo, incluindo também na amostra, os lugares reservados para deficientes nas grandes superfícies das nossas ilhas.
A indignação aumentou exponencialmente, com a introdução de uma nova variável no estudo. É que como o meio é pequeno, conhecemos uma parte significativa dos proprietários das viaturas automóveis.
Assim sendo, concluí que salvo raríssimas excepções, os veículos automóveis estacionados em lugar reservado a deficientes, não possui o dístico obrigatório que os habilita a tal ocupação.
Os proprietários de viaturas abusivamente estacionadas nos lugares reservados, na maior parte dos casos, não possui qualquer limitação de ordem física, sendo então questionável a sua integridade mental.
Assim sendo, e se são deficientes mentais (leia-se: condutor que estaciona abusivamente em lugar reservado a deficientes, sem possuir qualquer limitação) não estão habilitados a conduzir.
Há ainda a salientar a proliferação de uma subclasse de espertalhões onde se incluem aqueles que ao abrigo de uma qualquer limitação (que não tem) conseguem pagar menos impostos e ter todo o tipo de regalias.

1 comentário:

Rui Rebelo Gamboa disse...

O chico-espertismo, que comanda a nossa sociedade, no seu melhor (pior).

Parabéns pelo excelente blogue!